A
SÍNDROME DE
FÉ
SELETIVA
Jesus e seus discípulos vinham de
muitos sucessos; Parábolas maravilhosas, o Mar da Galileia acalmado, o Gadereno
liberto, o Chefe da Sinagoga rendendo-se ante a necessidade e a certeza de que
em Jesus havia Deus, uma mulher horrivelmente sofrida recebe a cura para a
menstruação crônica, e a filha de Jairo—o chefe da sinagoga—ressuscitara do
sono da morte.
Então Jesus foi para Nazaré com seus discípulos e grande multidão. Logo depois de ter sido objeto de todas as percepções positivas, Jesus agora está ante os olhos dos discípulos como um jovem de pouco mais de trinta anos que retorna à vila onde nasceu.
Ele fala na sinagoga local. Todavia, de Nazaré não pode sair nada bom! —Afirmam os nazarenos, julgando não a Jesus, antes porém a si mesmos.
De fato eles não afirmaram isto com palavras, mas com atitudes que falam a mesma coisa.
“De onde vem a esse tais coisas? Como sabe letras sem ter estudado? Como lhe foi dada tal sabedoria? Não é ele daqui? Não vive entre nós a sua parentela? Não é esse o carpinteiro? —então, querem saber, “como pode ser que tenha o que não temos, saiba o que não sabemos?”
O irônico é que Jesus estava vindo de outro extremo. A mulher do fluxo
de sangue apenas queria tocar nas orlas de suas vestes. Foi curada. Em Nazaré,
no entanto, o pólo era outro. Havia um crosta sobre eles.
Hoje em dia é o excesso de percepção de divindade que mutila nosso olhar de sua humanidade. Naqueles dias era o oposto: o excesso de humanidade que lhes cegava o coração para a presença do divino.
Qualquer das duas visões polares corrompe a percepção de quem é Jesus.
“Nenhum profeta tem honra em sua casa, entre os
seus...”
Diferentemente do que acontecera antes, em Nazaré a
disposição de Jesus em curar, foi limitada a uns poucos, e isto aconteceu
somente porque Ele impôs as mãos.
O trágico dessa Síndrome de Fé seletiva é que ela deixa Deus do tamanho de nossa projeção acerca Dele. Ele continuará sendo Deus sobre nossa doença, mas não conheceremos Sua cura—afinal, nosso coração está tão preconceituosamente fechado que nem com Deus impondo as mãos milagres acontecem.
A questão é: Do ponto de vista histórico psicológico, onde, em geral, começa a vida de fé e onde ela termina? Começa ela em Nazaré e termina em Cafarnaum? Ou o contrário?
Em Cafarnaum a mulher do fluxo de sangue que foi curada, expressa o sentimento espiritual dos recém atingidos pela Palavra e que não têm questões para além de sua mais profunda necessidade. Esses são salvos, são sanados e vão em paz.
O povo de Nazaré corresponde à nossa maturidade espiritual cética, cheia de argumentações, opiniões bem firmadas, doutrinas, e possessa de uma familiaridade com Jesus que inviabiliza o milagre.
“E
admirou-se da incredulidade deles...”
Em Cafarnaum Jesus admirou-se da fé do centurião romano, positivamente; e na mesma medida, negativamente, admirou-se da incredulidade dos seus patrícios de Nazaré.
Onde você acha que Jesus anda encontrando fé na Terra?
O que assusta hoje é quando encontramos Nazaré instalada como estado espiritual entre os “entendidos e os maduros na fé” e, mais chocante ainda é quando encontramos esse estado estabelecido como atitude entre teólogos, pastores e seminaristas.
De Nazaré pode sair coisa boa? Claro!
Quer dizer: se nós deixarmos!
Em Cafarnaum Jesus admirou-se da fé do centurião romano, positivamente; e na mesma medida, negativamente, admirou-se da incredulidade dos seus patrícios de Nazaré.
Onde você acha que Jesus anda encontrando fé na Terra?
O que assusta hoje é quando encontramos Nazaré instalada como estado espiritual entre os “entendidos e os maduros na fé” e, mais chocante ainda é quando encontramos esse estado estabelecido como atitude entre teólogos, pastores e seminaristas.
De Nazaré pode sair coisa boa? Claro!
Quer dizer: se nós deixarmos!
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